sábado, 24 de outubro de 2009

Recantos

Tic-Tac, Tic-Tac.
O relógio marca monotonamente o ritmo do compasso.
Três e quarenta e cinco da manhã. Levanto-me delicadamente da cama e apalpo o chão à procura dos meus confortáveis e deliciosos chinelos. Às escuras tacteio as paredes frias. Coloco um cigarro na boca e debruço-me na janela numa tentativa desesperada de sentir o cheiro da liberdade. A chuva tal como o relógio marca um ritmo compassado.
Tic-Tac, Tic-Tac.
Oiço finalmente as vozes. Calmas e melancólicas invadem o meu corpo num abraço gelado. A minha loucura não me permite gritar. Fecho os olhos na esperança de ficar novamente sozinha.
O fumo do cigarro, que já no fim, se apaga lentamente como quem pede perdão, abandona-me suavemente em movimentos contínuos.
Caio no chão ,que encharcado em água devido à chuva, me acolhe como um especial carinho.
Tic-Tac, Tic-Tac.
Três e cinquenta da manhã.
Entre as estrelas à um inferno à solta.

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